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Quantas vezes já me invadiram

sábado, 26 de março de 2011

Este país não é para velhos


Ao longo do mês passado tenho assistido ao aparecimento sucessivo uma série de casos relativos a idosos que foram encontrados mortos em casa. Desde o caso de Augusta Martinho, que esteve morta durante cerca de nove anos na casa onde residia em Rinchoa, vi sucederem-lhe uma série de casos parecidos. Quase todos cujas vítimas eram idosos debilitados, sozinhos sem qualquer companhia, com pouco ou nenhum apoio, e às vezes até com poucas relações sociais.

A única pergunta pertinente que me ocorre colocar neste momento é : Como é isto possível? Não há palavras que descrevam tamanha incompetência e egoísmo da parte da sociedade. Muito embora aqui se realce mais o factor do egoísmo.

É mais que visível que a sociedade se está a tornar cada vez mais individualista. O problema dos idosos que vivem na solidão não é nenhum problema recente, mas que se tem vindo a agravar é algo visível a olho nu.

Somente aqueles que se encontram activos e aptos para trabalhar é que são considerados úteis na sociedade de consumo. E os idosos como são o oposto, muitas vezes não passam de um fardo. Uma conduta um tanto degradante para as pessoas que fazem parte duma faixa etária que já prestou muitos serviços à sociedade e que agora são ignorados pela mesma.

É assim que tratamos alguém que, apesar de reformado continua a ser visto como sendo um cidadão?

Esta série de casos que temos visto na comunicação social, são a prova de desprezo e abandono que a sociedade tem desde sempre destinado aos idosos. No final acabam por ser vítimas sociais, caindo e morrendo automaticamente no esquecimento.

É em países com elevado grau de envelhecimento, como Portugal que problemas como este se realçam bastante. Problemas esses que não deveriam sofrer tamanho crescimento numa sociedade supostamente evoluída.

Não estará mais que na hora de pormos fim ao individualismo e começarmos a agir como uma sociedade onde o cooperativismo impera?

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